terça-feira, 16 de setembro de 2014

#3 Série Historia dos Games! 3ª Geração




Olá Pessoal! 

De volta com a série "História dos Games!" e desta vez vamos falar dos consoles da 3ª Geração. Esta geração foi uma das mais marcantes na minha vida pois foi nela que comecei a jogar meus primeiros games e conhecer um pouco desse mundo. Apesar de pouca força gráfica os consoles desta geração contavam com jogos bem intuitivos fazendo você perder várias horas com ele. 


Nintendo Entertaiment System 
O ano era 1983, e enquanto neste período nos Estados Unidos a indústria de vídeo games  acabara de entrar em uma forte crise, no Japão, um certo console fazia um determinado sucesso por lá. A empresa Nintendo, já conhecida pelos seus baralhos, selos e pelo Color TV Game na 1ª geração, lançara em 15 de julho daquele mesmo ano, um console chamado Famicon (Family Computer), com um design que lembrava muito um brinquedo, e não demorou muito, e o Famicon havia vendido mais 2,5 milhões de unidades em menos de um ano. E com a febre que era o console no Japão, não demorou muito para que a Nintendo decidisse lançar o console no falido mercado norte americano, mesmo sabendo do quão arriscado seria um lançamento por estas bandas. Então após uma análise de mercado. A Nintendo percebeu os quais eram os riscos e decidiu vender os direitos de venda do Famicon à Atari, para que esta também tivesse alguma garantia de retorno nesse investimento. Porém a Atari recusou a oferta da Nintendo, alegando que o “brinquedo” não era interessante diante daquelas circunstâncias. Mas mesmo depois deste chute na bunda da Atari, a Nintendo não desistiu de vender seu console nos EUA, e fez uma pesquisa com os lojistas que também recusaram a vender tanto um brinquedo, quanto um vídeo game, alegando que nem um nem outro geravam lucros. E foi assim com uma mão na frente e a outra atrás que a Nintendo decidiu que o design do Famicon deveria ser refeito, e acabou mudando tanto o acabamento do console, quanto o nome dele, que agora passaria a se chamar NES (Nintendo Entertaiment System) Nintendinho para os populares.

E finalmente depois de muita luta e muito investimento em publicidade e propaganda. O NES passou a ser vendido nos Estados Unidos em 1985, e mesmo com algumas falhas nas placas-mãe nos primeiros lotes (o que gerou um recall geral), o NES entrou com o pé direito no mercado norte-americano. Além de ser o pioneiro da 3 geração, o Nintendo Entertaiment System trouxe novas tendências ao mercado a começar com o seu controle que trazia um direcional em cruz, do qual é usado até hoje pelos consoles. Além disso, sua biblioteca de jogos era bem mais organizada, pois se enquanto no Atari 2600, as softhouses produziam o que quisessem para o console, com o NES o sistema era bem mais rígido, pois a Nintendo decidiu montar um comitê que julgava aquilo o que iria e o que não iria para o console. Os jogos aprovados poderia ser publicados e ganhavam um selo de qualidade Nintendo, enquanto os que fossem reprovados ou eram mandados de volta para ajustes, ou iam para a lata de lixo. Tal sistema, como já foi dito, era rígido demais para as desenvolvedoras, porém isto garantia aos consumidores que tais jogos seriam da melhor qualidade, dentre eles, podemos destacar vários clássicos, sejam eles da própria Nintendo como Super Mario Bros, The Legend of Zelda, Metroid, Punch Out e Ice Climbers, ou fossem eles desenvolvidos pelas thirdie parties como Castlevania, Metal Gear 1 e 2, Adventure Sland, Megaman e Bomberman (clique nos nomes para baixar os jogos aqui no Mundo Emu). E não bastasse isso, o Ninendo Entertaiment System ganhou excelentes periféricos como a pistola NES Zapper (uma pistola, como já foi dito), o robô R.O.B. (um robô que funciona através de instruções movimento vindo por sinais de luz transmitidos na tela da TV. Estes sinais luminosos iam para os olhos, e o foto sensor lia-os para que ele pudesse fazer seus movimentos – só teve dois jogos que eram compatíveis à ele) e tão sonhada, mas tão cara Power Glove (luva que recriava os movimentos da mão humana na tela de determinado jogo, e que acabou servindo de inspiração para o Nintendo Wii), e para promover estes periféricos, a Nintendo lançava-os em bundles com os jogos dos quais eram compatíveis. Outra prática adotada até hoje pelas demais empresas do ramo.


Dito e feito, o NES foi um grande sucesso nos Estados Unidos, dominando praticamente toda a 3ª geração. Para se ter uma ideia, no Japão, o Famicon só deixou de ser fabricado em 2003,e aqui no Brasil, ele foi carinhosamente apelidado de Nintendinho e como se não bastasse, foi clonado por diversas outras empresas com Dynacon (Dynavision), CCE (Top-Game VG1000), Gradiente (Phantom System) e isso sem contar com o Polystation vendido por 1,99R$ nos camelôs. E foi a partir do NES/Famicon que o Japão passou a ser a maior potência no mercado de vídeo games.

Atari 7800 
O Atari 7800 foi uma tentativa da Atari de se reerguer no mercado dos games. Após ter recebido a proposta da Nintendo de vender o Famicon nas Américas, a Atari teve seu orgulho ferido após ter sido assediada por uma empresa japonesa que tentava entrar no mercado de vídeo games. Para variar, o Atari 5200 (lançado no final de vida do Atari 2600), era um grande fracasso, e agora com a entrada da Nintendo no mercado norte-americano, a Atari entrou em desespero e realizou uma pesquisa com os donos do Atari 5200, a respeito de quais melhorias eles esperavam para um novo console, e as principais reclamações foram dos controles que davam muito problema, a necessidade de um periférico para jogar os clássicos do 2600 e como se não bastasse, a falta de bons jogos. E com os dados nas mãos, a Atari trabalhou rapidamente em seu novo console, e em 21 de maio de 1984, A Atari lançou o Atari 7800, sendo até aquele momento o console com maior memória, processador e placa de vídeo do que qualquer outro console já lançado. O console era um verdadeiro arcade doméstico, pois seu chip gráfico, o MARIA, seguia os mesmos padrões que os chips dos arcades, podendo reproduzir até mais de cem objetos simultâneos na tela, mostrando que a Atari ainda tinha muito poder e que ainda merecia o trono que um dia foi seu.

Tudo parecia perfeito, PORÉM...quando o Atari 7800 foi anunciado em maio de 1984, a Atari pertencia à Warner Communications que pretendia lançar o console em junho daquele mesmo ano, pois a Atari era uma das patrocinadoras dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, e tinha 13 jogos prontos para serem lançados para o console, entre eles o famoso Track and Field. Parecia uma idéia perfeita, mas vale lembrar que naquele ano, o crash dos vídeo games assombrava as empresas, e isto custou a venda da Atari para Jack Tremiel - ex-chefe da Commodore. Mas Tramiel, estava obcecado em lançar um computador 16-bit no mercado e não concordava com as algumas propostas feitas pela Warner e tampouco acreditava que havia mercado para o 7800. Resultado: Enquanto Tremiel só pensava em seu supercomputador, o Atari 7800 ficou encostado, a Nintendo chegou e tomou conta do mercado, e o console da Atari só foi lançado dois anos depois já falecido antes do seu nascimento. E toda aquela empolgação de 1984? Caiu no esquecimento.

E mesmo que o Atari 7800 fosse totalmente retrocompatível com os jogos e acessórios das versões anteriores, assim como foi dito nas pesquisas, o Atari 7800 sofreu bastante com a falta de jogos, pois os contratos que a Nintendo estabelecia com as softhouses, impediam que estas desenvolvessem jogos para outras plataformas, e os jogos para o Atari 7800 só apareciam de 3 em 3 meses. E aquele console que prometera ser o salvador da pátria, foi um fracasso tão pior que o 5200, que deixou de ser produzido em 1988, e tee que assistir o domínio nipônico nas Terras do Tio Sam. Dali pra frente não se ouvia mais falar de Pole Position ou Asteroids, mas sim em Mario, Zelda e Castlevania, São títulos até hoje estão presentes no arsenal da Nintendo.


Master System - Sega
E com todo este domínio da Nintendo em mais de 90% do mercado de vídeo games, era quase impossível de se imaginar que haveria alguém que ousasse a se arriscar neste mercado com esperanças de roubar uma fatia do bolo da Nintendo. Pois houve, e o nome dessa empresa é SEGA, que já conquistara um grande público no mercado de arcades naquela época. Fundada em 1940 em Honolulu no Havaí, a SEGA começou suas atividades fornecendo entretenimento pago aos militares, mas como não obteve muito sucesso, a sua sede foi transferida para Tóquio em 1951, em quando foi em 1966, ela lançou o seu primeiro jogo mundialmente famoso: o simulador de submarinos Periscópio. Prosperando cada vez mais, depois do lançamento de Frogger e Zaxxon, a empresa se dividiu em SEGA América e SEGA Japão, até que se tornou uma gigante no mercado de fliperamas. Mas antes mesmo do Master System, a SEGA já havia experimentado o mercado de consoles em 1981 com o SG-1000, mas mesmo com o fracasso deste, ela ainda insistiu na 3ª geração com o Mark III, mas como nas terras nipônicas o sucesso se chamava Famicon, a SEGA não obteve muito sucesso com o seu console, e resolveu remodelá-lo e lançá-lo nos Estados Unidos sob o nome de SEGA Master System em 1986. Mas foi neste lado do planeta que a SEGA tomou uma verdadeira paulada na cabeça, pois a política da Nintendo impedia que as produtoras que desenvolviam para ela, desenvolvessem para outras plataformas. Isto acabou deixando a SEGA sem  muitos jogos de qualidade, então a SEGA se viu obrigada a vender seus direitos de distribuição à Tonka-Toys que já conhecia o mercado de entretenimento norte-americano, mas a idéia foi pífia, pois devido a falta de know-how da Tonka-toys por vídeo-game, isto só contribuiu para as quedas de vendas do aparelho. Então a última cartada da SEGA, foi portar os jogos dos fliperamas para o seu console, o que acabou resultando na grande biblioteca de clássicos que todo dono de um Master System conheceu.


Mas apesar do Master System ter sido um fiasco nos Estados Unidos, ele ainda sim conseguiu conquistar um grande público em lugares onde a Nintendo não conseguiu alcançar. Quais lugares eram estes? Europa, Austrália e Brasil. Para se ter uma idéia, na Europa, a Nintendo chegou até a pedir licenciamento de jogos como Shinobi, After Burner e Out Run, em uma tentativa desesperada de conseguir algum público por lá, mas foi um grande fracasso, uma vez que os jogos perdiam muito a qualidade no NES já que este era muito inferior ao Master System. E este sucesso praticamente obrigou a SEGA a abrir uma filial européia. Já aqui no Brasil a coisa foi ainda bem melhor. A SEGA contou com a recém-chegada Tec Toy, ao contrário da Tonka Toys, esta não vacilou e trouxe o vídeo game para o Brasil, investindo em publicidade, trazendo bons jogos e ainda fazendo várias readaptações de jogos com personagens conhecidos pelo brasileiro como Turma da Mônica, Chapolim e Sítio do Pica-pau Amarelo, além de traduções e bugigangas como camisas, adesivos, pelúcias, brinquedos e um excelente serviço pós-venda aos consumidores. Um excelente serviço que conquistou todo o público brasileiro, e ao todo o Máster System vendeu 13 milhões de unidades contra 61 milhões do NES. Mas a SEGA tinha uma visão de futuro, ela não esperava já entrar no mercado e ultrapassar a Nintendo, quando se fala em venda de consoles. Ela entrou no mercado com o Master System para ganhar o seu público, para que em um próximo projeto ela de fato atrapalhasse a Nintendo.

Galera chegamos ao fim de mais uma matéria de "Histórias dos Games!" para quem achava que a Nintendo era somente o "Super Nintendo" pode ver como de fato a Nintendo ganhou forças no mercado e reinou absolutamente a 3ª Geração!

Espero que tenham Gostado, e Logo  mais vamos trazer a continuação. Não deixem de acompanhar e compartilhe a matéria com os amigos para que a cada dia mais o nosso blog possa crescer!

5 comentários:

Ótimo Post continuem com a série, ta muito legal!

Ola! A próxima matéria sai na quinta dia 18/09/14! Obrigado por comentar!

poderia colocar videos dos games? porque é legal saber mais dos consoles, mas queria ver na prática os jogos!

Sim é uma ótima ideia, eu poderia trazer sim! em breve eu divulgo!

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